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sexta-feira, 14 de março de 2014

Vacina contra o HPV divide opiniões

    A campanha de vacinação contra o HPV em meninas de 11 a 13 anos começoou esta semana, mas a estratégia doo governo vem recebendo críticas de entidade médica conceituada.

 A meta do governo é reduzir a incidência do câncer de colo de útero no país. Mas, para o diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Daniel Knupp, a estratégia deve ser vista com ressalva e muita cautela.
Em entrevista à Agência Brasil, ele explicou que a inclusão da dose no calendário nacional preocupa em razão do debate científico sobre a eficácia e a segurança da vacina.
Segundo Knupp, diversas pesquisas demonstram, por exemplo, que a imunização pode provocar, entre outros efeitos colaterais, o aumento de doenças autoimunes como o diabetes tipo 1.
Outro problema, de acordo com o especialista, trata da realização do chamado rastreamento tradicional de câncer de colo de útero ou papanicolau.
Dados da SBMFC indicam que a cobertura do exame no Brasil está bem abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Menos de 50% das brasileiras com idade entre 25 e 69 anos faz o papanicolau pelo menos uma vez a cada três anos, quando a taxa ideal seria pelo menos 80%.


“A vacinação não substitui o rastreamento tradicional. Ela não elimina as lesões [que provocam o câncer], apenas diminui a incidência delas. Se a população for vacinada e deixar de fazer os exames preventivos, ela pode ter piores consequências do que se não tivesse se submetido à vacina”.
Por fim, Daniel abordou também o esquema de vacinação proposto pelo Ministério da Saúde, que consiste em três doses – a segunda seis meses após a primeira e a terceira, cinco anos depois. Segundo ele, o esquema tradicional adotado na maior parte dos países inclui a segunda dose dois meses após a primeira e a terceira, seis meses depois.

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