Um pronunciamento desesperado e irresponsável

A sensação que passa é que bateu o desespero na presidente Dilma Roussef. Envolvida em denúncias na Petrobrás, com inflação galopante e falta de apoio até no próprio partido, e queda acentuada nas pesquisas de intenção de voto, a presidente usou ontem a noite cadeia nacional de rádio e televisão. Era pra ser uma homenagem ao dia do trabalhador, mas foi uma campanha descarada, com promessas contraditórias.
Enquanto a equipe econômica se esforça para mostrar austeridade e recuperar a credibilidade, Dilma, demagógica e de olho na reeleição fez promessas. Prometeu até aumento do salário mínimo, uma discussão complexa que não passou por qualquer análise.
Dilma falou de um apaís que não é o Brasil. Onde a inflação é obra do acaso e não dos erros de sua administração.
Provavelmente orientada por marketeiros, tentou encarnar o atual sentimento de mudança que toma conta da nação. Soou falso, e piorou ainda mais a imagem dela. Com os quatro anos de Dilma, já dão 12 anos de PT no comando do país, uma sucessão de escândalos e a economia em um momento delicado.
Além do mais, Dilma misturou as coisas, aquele espaço em rede nacional era da presidência da República, não para o PT, não para o candidato do PT. Mais uma vez essa desavergonhada mistura que coloca na frente a "fome" pelo poder. Mas não cola mais. A mudança começa com a saida de Dilma da presidência.