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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Aécio vence o debate e cola em Dilma a culpa pela corrupção na Petrobras.


O senador tucano Aécio Neves disse, no debate da TV Record neste domingo (28), que falta à presidente Dilma Rousseff (PT) manifestar indignação diante das denúncias de corrupção na Petrobras. "É vergonhoso, eu expresso aqui a indignação de milhões de brasileiros. As denúncias não cessam", atacou o candidato do PSDB. "Não há um sentimento de indignação, não vejo em momento algum a senhora dizendo 'não é possível que fizeram isso nas minhas barbas sem eu saber o que estava acontecendo'. Não, candidata, essa indignação está faltando", completou.

Suspeitas sobre superfaturamento na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e na construção de Abreu e Lima, em Pernambuco, motivaram a criação de CPI no Congresso sobre a estatal. Dilma presidiu o conselho de administração da empresa no governo Lula. Além disso, operação deflagrada em março pela Polícia Federal descobriu um esquema de desvio de dinheiro na estatal que envolveu o ex-diretor Paulo Roberto Costa, doleiros, políticos e fornecedores da empresa. 

"Candidato, eu combato a corrupção para fortalecer a Petrobras. Tem gente que combate para usar as denúncias de corrupção para enfraquecer a Petrobras", rebateu a presidente.

Segundo tucanos, Aécio procurou centrar os ataques a Dilma durante o debate como estratégia para manter a seu lado eleitores antipetistas que o trocaram por Marina Silva (PSB) nas últimas semanas.A Petrobras foi trazida ao debate pela própria Dilma, que relembrou discurso proferido na Câmara por Aécio em 1997 no qual ele declarou que "pode ser que chegue o momento de discutirmos a privatização da Petrobras". Ela então perguntou que privatizações estariam "no radar" do tucano, caso eleito. 

"Nós não vamos privatizá-la [a Petrobras], inclusive, um projeto de lei que proíbe a sua privatização é de autoria do PSDB, mas eu vou reestatizá-la, vou tirá-las das mãos desse grupo político que tomou conta dessa empresa e está fazendo aquilo que nenhum brasileiro poderia imaginar, negócios há 12 anos", respondeu o tucano, aproveitando então para falar de denúncias de corrupção envolvendo a estatal. 

Nas eleições de 2006, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito, o PT tentou colar no então candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, a pecha de privatista. O tucano passou boa parte da campanha tentando garantir que, se eleito, não privatizaria a Petrobras nem bancos públicos como o Banco do Brasil.

As denúncias sobre a Petrobras motivaram pedido de resposta de Dilma durante o debate. A petista aproveitou o tempo concedido para dizer que foi ela quem demitiu o ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso por sua ligação com um bilionário esquema de lavagem de dinheiro. Em acordo de delação premiada protegido por segredo de Justiça, ele acusou políticos e empresários de participação em esquemas de desvios envolvendo a Petrobras. "Quero deixar claro que quem demitiu o Paulo Roberto fui eu e que a Polícia Federal, no meu governo, apurou esses malfeitos e ilícitos", disse a presidente. Aécio rebateu com ironia, afirmando que a Polícia Federal é um órgão de estado e quem investiga quem quiser e não quem a presidente manda. ( Informações Folha de São Paulo)

Do Blog do Noblat 

Cito de memória:

- Não é possível que a senhora não tenha ainda pedido desculpas pela corrupção na Petrobras – provocou Aécio Neves (PSDB), a certa altura do debate entre os candidatos a presidente da República promovido, ontem à noite, pela Rede Record de Televisão.

Dilma (PT) olhou para Aécio de cara feia. Antes que ela respondesse, Aécio voltou a provocar:
- Não há um sentimento de indignação, não vejo em momento algum a senhora dizendo 'não é possível que fizeram isso nas minhas barbas sem eu saber o que estava acontecendo'. Não, candidata, essa indignação está faltando.

Aí Dilma não se conteve:
- Fui eu que autorizei a Polícia Federal a prender Paulo Roberto Costa [ex-diretor de Abastecimento da Petrobras] e os doleiros [um deles Alberto Youssef.

- Não é a senhora que manda a Polícia Federal prender. A Constituição garante a autonomia da Polícia Federal – devolveu Aécio. Foi o melhor momento do debate. E o pior momento de Dilma, que mentiu. A Polícia Federal atuou sem o seu conhecimento
 
Teve outro momento também muito ruim para Dilma. Novamente foi quando Aécio a criticou – dessa vez por ter ido à sede da ONU em Nova Iorque fazer a apologia do seu governo. - A senhora sugeriu lá que se negociasse com cortadores de gargantas [terroristas do Estado Islâmico que degolam prisioneiros e estrupam mulheres].
 
Dilma pareceu surpresa com o comentário. As regras do debate permitiram que os candidatos trocassem disparos e exibissem seus pontos fortes e fracos.
 
Recomenda-se a Dilma e a seus correligionários que façam tudo para que a eleição termine no próximo domingo. Porque se não terminar ela correrá o risco de a passar por novos apertos. Os candidatos que se enfrentarem num eventual segundo turno debaterão entre si pelo menos meia dúzia de vezes. Debate não é a praia de Dilma. Não é mesmo.

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